Por Ayrton Maciel (NE10)
Atônita,
insegura e passiva quanto ao futuro imediato do partido, após a derrota
eleitoral para o aliado PSB no Recife – que ainda deixou a legenda em
terceiro lugar no pleito –, a bancada do PT na Assembleia Legislativa
está decidida, entretanto, a permanecer na base de apoio do governo
Eduardo Campos (PSB), rejeitando a ida para a oposição. Deputados
cobraram do PT estadual a autocrítica do processo de indicação do
candidato a prefeito, para reconhecer erros e buscar a recomposição da
legenda, além de aguardar os resultados do segundo turno no País, antes
de discutir o seu futuro em Pernambuco.
O
deputado André Campos, todavia, radicalizou com uma ameaça: “Se o PT
for para a oposição, eu fico na base de Eduardo sob qualquer hipótese.
Não aceito nem posição de independência”, adiantou. Campos está no PT há
dez anos e nega a possibilidade de sair.
A
deputada Teresa Leitão defendeu também a permanência na base do governo
– a Frente Popular na Assembleia – e alertou que uma tomada de posição
agora pela oposição “racharia ainda mais o partido”. Um outro obstáculo
para esse caminho, segundo Teresa, é que embora o PSB tenha dito que a
disputa do Recife era municipal, “houve o componente da nacionalização”,
o que obriga o PT a esperar os resultados do segundo turno, quando
petistas e socialistas vão disputar em várias cidades.
“Se
não houver uma unificação no PT, pode dar nisso: um deputado ficar
contra a decisão do partido. Além do que, o PT tem um projeto nacional
com o PSB. Como vai ficar a relação de Eduardo com a presidente Dilma
pós segundo turno? Depois de se resolver tudo isso é que se pode falar
em ficar ou sair da base do governo”, ponderou. Teresa, adiantou, porém,
que na Câmara do Recife o PT “não vai compor” a base do prefeito eleito
Geraldo Julio (PSB). “Teremos uma posição de independência, não uma
oposição radical”, disse.
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